Por trás da vida profissional existe uma vida pessoal. Ou melhor, ao lado, simultânea, concomitante.
Escolhi a medicina por nenhum outro motivo que não fosse minha própria vontade. Não tinha pais médicos, nem qualquer pessoa em especial que pudesse me amparar ou orientar.
Pensei em fazer outras coisas antes…
Primeiro jogava voleibol no Minas e pensei em seguir a carreira esportiva. Fui muito desmotivada pela minha família, não por maldade ou falta de compreensão, mas porque era difícil viver do esporte naquela época e éramos uma família de classe média bem simples e era claro que eu teria que fazer uma opção profissional capaz de me trazer o sustento. O esporte ficou então num lugar muito bacana, sem mágoas. Está presente no dia a dia da minha vida, de forma lúdica e leve, me trazendo a saúde e disposição necessárias para uma vida ativa e produtiva, além de trazer alegria e leveza.
Sempre tive muita tendência a admirar com paixão o belo. A estética era uma constante em tudo da minha vida. Muita habilidade manual e boa de geometria, pensei em fazer arquitetura. Minha tia Valéria, mais irmã que tia, era arquiteta e muito me influenciou. Pensei em fazer arquitetura como ela.
Mas… fui seduzida pela medicina, nem sei bem como. Acho que foi indo ao hospital com minha melhor amiga de colégio, a Dra. Maira.
Durante o curso de medicina comecei a acompanhar um grande cirurgião plástico, Dr. Fernando Rodrigues (Feu) e decidi fazer esta especialidade que tanto gosto.
Entre todas estas escolhas me casei, diga-se de passagem, com muito amor. Vivi um casamento de jovens, tive um filho, André Lourenço, hoje ortopedista de quadril. Maravilhoso filho, super competente e incrivelmente inteligente em todos os sentidos. Fui para o Canadá já separada e acabei me casando de novo por lá. Tive desta vez uma filha, linda, boa, sensível, dedicadíssima, inteligente e muito amada por todos nós, Marcella Winter, que também foi seduzida pela medicina.
O tempo tem passado muito rápido e André já se casou com a Dra. Barbara Gazzinelli, ótima gastro pediatra, e provavelmente, em breve, minha família deve aumentar.
Há alguns anos resolvi me aventurar em Portugal. Lá vou eu estudar muita medicina de novo e me colocar a prova para me tornar médica em outro continente. Isso foi maravilhoso, me trouxe mais segurança de oferecer o que tem de melhor aos meus pacientes. Uma verdadeira renovação de votos.
Porque contar isso tudo? Porque me orgulho da minha história e porque gostaria que todos os meus pacientes soubessem que por trás da Dra. Xênia Portella, tem uma menina que sonhou, correu atrás, caiu, levantou, sofreu, optou e ainda não se cansou de sonhar. Porque enquanto o pulso pulsa, a gente pode se reinventar. Por trás da profissional tem um ser humano, igualzinho a vocês!