Já ouviu falar de Transtorno Dismórfico Corporal? Sugiro a leitura com muita atenção, porque se não observa isto em você mesma/o, pode ser que conheça alguém com este comportamento. O que muitas vezes passa por exagerada vaidade pode ser uma patologia!
O Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) é um distúrbio complexo da imagem corporal que envolve numerosos comportamentos e regiões do corpo. A insatisfação com a aparência física começa na infância ou adolescência e muitos demoram cerca de 15 anos para obter o tratamento adequado.
Cerca de 80% dos cirurgiões plásticos só identificam o distúrbio após a cirurgia, visto que a maioria dos portadores são funcionais e têm um discurso adaptado e adequado à realidade que buscam modificar. Daí a grande importância para a especialidade de Cirurgia plástica e para os pacientes que a buscam. Um diagnóstico prévio adequado evitará muito sofrimento para ambas as partes da relação médico-paciente.
Pessoas com TDC se preocupam intensamente com um ou mais defeitos na aparência física, sofrem profundamente por eles, inspecionam repetidamente o problema e buscam camuflar, apagar mesmo as imperfeições. Outros evitam de olhar e tocar, tentam ser outra pessoa e buscam cirurgias radicais.
A busca pela perfeição, a seus olhos, pode ser potencializada pelo vasto cardápio de tratamentos estéticos e recursos cosméticos. Porém, a frustração tende a ser o que se encontra no final de cada um deles se o caso é de Dismorfofobia.
Enfim, nada contra a vaidade e a vontade de se melhorar! Pelo contrário… o ser humano saudável busca a melhora diária e a superação em todos os sentidos. Mas somos seres imperfeitos e se o sofrimento por pequenas imperfeições é exagerado, ou não se aceita nada menos que a perfeição, podemos estar diante de um problema real de saúde que não será resolvido pelo cirurgião plástico.
Xênia Portella
Cirurgiã Plástica
Membro Títular SBCP
CRM- MG 21682